Brasil e Ucrânia lançarão primeiro satélite conjunto em 2013

EFE

Projeto “Cyclone 4 Alcântara” teve início há nove anos e busca firmar “sociedade estratégica” no setor aeroespacial

Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, e da Ucrânia, Konstantin Grischenko, confirmaram nesta sexta-feira que mantêm para 2013 a previsão de lançar o primeiro satélite conjunto a partir da base de Alcântara, no Maranhão.

"Os principais problemas financeiros que o projeto tinha foram solucionados e o objetivo é fazer o primeiro lançamento em 2013", declarou o ministro ucraniano em entrevista concedida ao lado de Patriota. O projeto "Cyclone 4 Alcântara" teve início há nove anos e busca firmar uma "sociedade estratégica" no setor aeroespacial. A iniciativa também prevê o lançamento de satélites a partir de Alcântara.

O projeto terá investimento de US$ 588 milhões até 2013, divididos em partes iguais. Porém, até pouco tempo somente o Brasil estava em dia com as contribuições, que já alcançaram 40% do que corresponde ao país. "A Ucrânia, que estava atrasada em seus desembolsos, colocou suas obrigações em dia no fim do ano passado, por isso o projeto mantém os prazos traçados desde o início", disse Grischenko.

O Brasil faz forte aposta na parceria, pois deseja entrar para o "clube" de países com a tecnologia necessária para pôr satélites em órbita. Até agora, fazem parte desse grupo Estados Unidos, China, França, Índia, Israel, Japão, Rússia e a própria Ucrânia.

Patriota expressou a "satisfação" com o andamento do projeto, que "segue o curso esperado", e também destacou o interesse do Brasil em ampliar a cooperação com a Ucrânia em outras áreas, como a militar e a naval.

Grischenko, por sua vez, disse que a Ucrânia está em condições de apoiar os planos do Brasil para impulsionar o desenvolvimento da sua indústria bélica nacional, e afirmou que poderia fornecer o conhecimento tecnológico que adquiriu na fabricação de "tanques e outros objetos militares".

"A Ucrânia foi a base do complexo militar da (extinta) União Soviética e, além disso, desenvolveu suas próprias tecnologias, também na área de defesa antiaérea", disse.