Maioria das centrais antecipa para março campanha pró-imposto sindical

Valor Online

Imposto sindical é o que sustenta o movimento sindical brasileiro, defende sindicalista contrário à extinção do tributo

Cinco das seis centrais sindicais brasileiras vão iniciar em março uma campanha de mídia em defesa do imposto sindical. Apenas a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior delas, não vai participar. A ideia da campanha foi fechada em reunião entre os líderes da Força Sindical, CTB, UGT, NCST e CGTB na segunda-feira, em São Paulo, e ocorreria no segundo semestre.

A decisão de antecipar para março, mês em que o imposto sindical é recolhido compulsoriamente dos 43 milhões de trabalhadores formais, foi tomada nesta terça-feira, após reportagem publicada no Valor apontar que a CUT enviou carta ao Supremo Tribunal Federal (STF) cobrando celeridade na votação de ação que prevê o fim do repasse do imposto sindical às centrais.

Veja: Metalúrgicos protestam contra imposto na participação nos lucros

"A CUT está isolada no movimento sindical ao defender a extinção do imposto sindical", afirmou o sindicalista Wagner Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Segundo Gomes, que foi dirigente da CUT nacional até 2007, quando saiu para fundar a CTB, a maior parte dos líderes sindicais da CUT não é favorável ao fim do imposto sindical.

"O imposto sindical é o que sustenta o movimento sindical brasileiro, e vamos conscientizar a população, e em especial os trabalhadores, da importância desse imposto", disse Gomes. Para João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, a defesa do imposto sindical é "crucial para a manutenção do movimento sindical", uma vez que se trata de pauta que une sindicalistas e empresários.

As lideranças da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e também da Confederação Nacional do Comércio (CNC) são favoráveis à manutenção do imposto sindical.