OGX, de Eike Batista, produz petróleo pela primeira vez

Reuters

Produção em caráter de teste começa dois anos e dois meses após a primeira descoberta no campo, em prazo considerado excelente

 

A OGX, do empresário Eike Batista, começou a produzir petróleo nesta terça-feira, informou a companhia em comunicado ao mercado.

O primeiro óleo da maior petroleira privada do país, que faz parte do conjunto de empresas do Grupo EBX, foi extraído às 18h39 no campo de Waimea, na bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro, a partir da plataforma OSX-1, adaptada em Cingapura.

A produção em caráter de teste começa dois anos e dois meses após a primeira descoberta no campo, num prazo considerado excelente, senão recorde, por analistas e executivos da indústria petrolífera.

"O primeiro óleo da OGX, em pouco mais de 2 anos da descoberta de Waimea, representa a quebra de mais um paradigma na indústria do petróleo e evidencia a velocidade de execução e o foco em resultados do Grupo EBX", comentou Eike Batista, presidente do Conselho de Administração e diretor presidente da OGX, em comunicado.

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O primeiro óleo – chamado tecnicamente de Teste de Longa Duração (TLD) – marca o começo da geração de caixa da companhia, que já havia fechado contrato de venda de duas cargas para a Shell que totalizam 1,2 milhão de barris.

A companhia adiou algumas vezes o início do TLD. A última data prevista foi 28 de janeiro. O atraso, contudo, não faz muita diferença segundo analista consultado pela Reuters.

"O período entre descoberta e produção foi muito rápido, especialmente para o Brasil", avaliou o analista Ricardo Correa, da Ativa Corretora.

"O primeiro óleo é um sinal para o mercado de que a companhia está movendo rapidamente para um novo patamar", acrescentou.

15 mil barris por dia

"Ao longo das próximas semanas, nossa equipe de produção testará diferentes níveis de vazão buscando gradativamente estabilizar a produção do poço em torno de 15 mil barris por dia", informou a companhia nesta terça-feira.

A OGX informou ainda que deverá declarar a comercialidade do campo no primeiro semestre.

"Esse resultado é fruto de um trabalho intenso de todas as frentes da companhia e deverá se repetir nas diferentes bacias brasileiras em que já tivemos diversas acumulações descobertas", afirmou o diretor-geral, Paulo Mendonça.

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O TLD deve durar cerca de cinco meses, com uma produção média diária de 15 a 20 mil barris por dia. Em seguida, a expectativa é aumentar a produção para 45 mil barris a 50 mil barris diários, com a interligação de mais dois poços produtores à plataforma, disse Mendonça recentemente.

Com a entrada de outros campos em operação, a meta da OGX, apresentada ao mercado, é que a produção aumente para 165 mil barris diários em 2013; 730 mil barris em 2015; e 1,38 milhão em 2019.

Retorno rápido

Criada em 2007 por Eike, a OGX nasceu com a aquisição de dezenas de blocos exploratórios em várias bacias brasileiras, entre os quais o que deu origem a Waimea.

Com metas ambiciosas para serem alcançadas em pouco tempo, a empresa logo conquistou o interesse de investidores, como demonstrou a oferta pública de ações que angariou R$ 6,7 bilhões em 2008, no ano seguinte à sua criação.

Atuante nas bacias de Campos, Santos, Parnaíba e Espírito Santo, a empresa alcançou 90% de sucesso exploratório em suas atividades, um percentual três vezes superior ao da média mundial.

Depois de Waimea, a OGX deve desenvolver, na mesma região da bacia de Campos, a descoberta de Waikiki, que deve começar a produzir até 2013.