Seca faz AGCO cortar previsão de vendas para América do Sul

AE

Fabricante espera mercado um pouco mais fraco por causa da estiagem, segundo diretor financeiro

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A fabricante de máquinas e equipamentos agrícolas AGCO Corp. reduziu suas estimativas para as vendas na América do Sul, onde é líder na venda de tratores, por causa da estiagem que atinge o Sul do Brasil e a Argentina. Mais cedo, a companhia, terceira maior do mundo em vendas, informou ter triplicado o lucro no quarto trimestre.

A AGCO, cujas marcas incluem a Massey Ferguson, a Valtra e a Challenger, disse que as vendas no mercado sul-americano ficarão entre estáveis e queda de 5% na comparação com 2011. Trata-se de uma expectativa mais negativa que a de dezembro, quando a companhia esperava estabilidade nas vendas. Na semana passada, a CNH Global previu que as vendas de máquinas na América do Sul cairão entre 5% e 10% neste ano.

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"Esperamos um mercado um pouco mais fraco por causa da estiagem", disse do diretor financeiro da AGCO, Andy Beck, durante teleconferência com analistas para comentar os resultados do quarto trimestre. Em 2011, as vendas de tratores da AGCO na América do Sul caíram 3% ante 2010. A queda na Argentina e no Brasil foi compensada, em parte, pelo aumento em outros países da região. No Brasil, a empresa enfrenta forte competição com a Deere & Co.

A fatia da empresa no mercado brasileiro de tratores caiu de 60% há alguns anos para 50% em 2011, segundo com estimativas da indústria. Na América do Norte, a AGCO prevê vendas de tratores entre estáveis e 5% maiores em 2012. Na Europa Ocidental devem ficar estáveis. No mês passado, a AGCO revelou a compra de 60% da Santal Equipamentos, empresa brasileira que produz colheitadeiras de cana, segmento que deve crescer nos próximos anos.

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Executivos da AGCO disseram que a aquisição ajudará a empresa a combater a diminuição de sua fatia no mercado brasileiro. As vendas totais da companhia devem superar US$ 10 bilhões em 2012, aumento de 14% ante 2011. No quarto trimestre de 2011, encerrado em 31 de dezembro, a empresa registrou lucro de US$ 285,2 milhões (US$ 2,90 por ação), ante US$ 85,2 milhões (US$ 0,87 por ação) no mesmo período do exercício anterior.

Excluindo um ganho relacionado a impostos e despesas com a aquisição da GSI Holdings, o lucro subiu para US$ 1,44 por ação, de US$ 0,88 por ação. A receita aumentou 16%, para US$ 2,52 bilhões, puxada pelo maior volume de vendas e pelo impacto de flutuações cambiais. A margem bruta cresceu para 20,8%, de 18,9%. Analistas consultados pela Thomson Reuters previam lucro de US$ 1,33 por ação, sobre receita de US$ 2,54 bilhões. As informações são da Dow Jones.