As novas medidas de incentivo ao setor de veículos comerciais poderão conter a queda nas vendas e na produção de implementos rodoviários. A expectativa é da Anfir, associação dos fabricantes do setor. A entidade aprovou a quarta etapa do PSI (Programa de Sustentação do Investimento).
O pacote, anunciado dentro do plano Brasil Maior, garante às grandes empresas taxa de 7,3% ao ano e prazo de até 120 meses (antes era 8,7% aa e 96 meses), com financiamento de até 90% do valor do bem (era 70%). Para autônomos, micro, pequenas e médias empresas o juro agora é de 5,5% aa (era 6,5% aa), também com 120 meses para pagar e financiamento de 100% do bem (era 80%).
Outra medida considerada positiva foi o programa Procaminhoneiro do BNDES, que também beneficiará os fabricantes de implementos rodoviários. Ficou estabelecido que a taxa de juros fixa será reduzida dos atuais 7% ao ano para 5,5% aa.
IMPLEMENTOS USADOS
A única ressalva da Anfir é acerca do estímulo à venda de implementos rodoviários usados. Dentro do pacote, o BNDES concederá as mesmas condições de financiamento para a compra de equipamentos usados registrados nos órgãos de trânsito competentes e que tenham até 15 anos de idade. Apesar de admitir a importância de incentivar o mercado de seminovos e usados, a entidade alerta que é preciso verificar a qualidade e estado de conservação destes produtos.
PRIMEIRO TRIMESTRE
Nos primeiros três meses do ano foram vendidos 41,8 mil implementos rodoviários. O volume é 1,9% inferior ao registrado no mesmo período de 2011. O segmento de reboques e semirreboques apresentou desaceleração mais expressiva, de 8,8%, com 12 mil unidades. Já o mercado de carrocerias sobre chassis manteve resultado positivo, com alta de 1,2%, para 29,7 mil equipamentos (veja aqui).
EXPECTATIVAS
As novas normas, que começam a valer no dia 30 de abril, poderão contribuir para que o setor registre crescimento em 2012. Em coletiva de imprensa realizada no início de março, Rafael Wolf Campos, presidente da Anfir, afirmou que o setor fecharia o ano no vermelho caso não houvesse mudança nas regras de financiamento para os equipamentos.
Na ocasião o executivo apresentou duas expectativas para 2012. O primeiro cenário era de retração, de acordo com as condições daquele momento. O segundo apontava para um crescimento, mas só teria validade se novas condições de crédito fossem anunciadas.
O PSI 4 atende às principais demandas dos fabricantes de implementos, com a redução das taxas, a possibilidade de financiar 100% do valor do bem e prazos de até 10 anos. Com isso, a entidade tem mais chances de evoluir de acordo com a previsão mais otimista e alcançar a produção de 213,8 mil equipamentos, com alta de 9% sobre 2011. O avanço deverá ser puxado pelo segmento de carrocerias sobre chassis, com expansão de 12% para 147,1 mil unidades. Já os reboques e semirreboques poderão somar 61,2 mil equipamentos, com alta de 3% sobre o ano anterior.
Fonte: Automotive Business