Sinotruk apresenta sua segunda linha de caminhões no Brasil. Vendas dos modelos A7 iniciam em setembro

Caminhões A7 Euro 5 chegam às concessionárias em setembroEm continuidade à estratégia de ganhar espaço no mercado brasileiro, a Sinotruk apresentou sua nova linha de caminhões extrapesados Howo A7, que estarão nas 35 revendas da marca chinesa a partir de 1º de setembro, nas versões 4×2, 6×2 e 6×4. Os veículos chegam como opção premium da Sinotruk, que já vende no País os Howo 6×2 e 6×4, agora opções de entrada.

A linha contará ainda com a versão de chassi rígido, para até 32 toneladas, nas versões 6×4 e 8×4, para aplicação fora-de-estrada. Todos vêm equipado com motor Sinotruk D12, também fabricado na China, turbo intercooler, com gerenciamento eletrônico e sistema de injeção commom rail, homologado para as normas de emissões do Proconve P7 em vigor no Brasil (equivalente à Euro 5). O propulsor conta com sistema SCR (Redução Catalítica Seletiva, na sigla em inglês), de pós-tratamento de gases, com injeção da solução de ureia Arla 32 no catalisador. Os caminhões têm transmissão automatizada de 12 velocidades na versão 4×2, de 16 velocidades nas demais versões e terão o opcional com câmbio manual.

Os modelos da linha Premium A7 chegam pelos preços sugeridos de R$ 270 mil (versão 4×2), R$ 310 mil (6×2) e R$ 340 mil (6×4). A versão off-road, que chega em novembro, ainda não tem preço definido.

PLANO DE EXPANSÃO

O diretor geral da Sinotruk no Brasil, Joel Anderson, disse que o foco atual da marca é sua consolidação no País e desenvolvimento da rede. O plano de expansão inclui a abertura de mais 27 pontos de venda até 2014. As atuais 35 concessionárias estão presentes em 17 Estados, o que segundo a empresa cobre 85% das principais rotas rodoviárias do País.

A participação da empresa nos emplacamentos totais do mercado nacional de caminhões está em 0,86% e no segmento de extrapesados chegou a 2,3%, com 1.537 unidades entregues desde o início das vendas aqui, em abril de 2010, informou o executivo, que acrescentou: “Volume vem com projeto de expansão”.

Com o aumento de 30 pontos porcentuais na alíquota de IPI para veículos importados de fora do Mercosul ou México, a Sinotruk revisou para baixo sua projeção de vendas para este ano, de 2,2 mil para 1,4 mil unidades. Anderson revela que no primeiro semestre só vendeu modelos Howo Euro 3 e que ainda há resquício desse estoque nas revendas da marca. “Os estoques devem durar até agosto, é o que está acontecendo com outras montadoras. As vendas de Euro 5 só começam mesmo neste segundo semestre, como já era previsto.”

O executivo diz que a marca não repassou o aumento do IPI para seus clientes, a maioria formada por autônomos e empresas de pequeno porte. “Este foi um grande obstáculo, mas estamos superando com a parceria dos concessionários que concordaram em reduzir suas margens para consolidar nossas vendas.”

FÁBRICA E OUTRAS ESTRATÉGIAS

A família A7 será a primeira a ser montada na fábrica que a Sinotruk construirá em Lages (SC), cujas obras estão previstas para começar ainda este mês (leia aqui). A cerimônia de assentamento da pedra fundamental está marcada para o dia 18 próximo, com a participação de representantes da Sinotruk da China.

Segundo Anderson, o empreendimento será controlado pelos sócios brasileiros, já que 76% do investimento previsto de R$ 300 milhões para a construção da planta serão injetados no negócios pela Elecsonic, empresa liderada pelo próprio Anderson, que trouxe a Sinotruk ao Brasil. Os demais 24% da composição do capital virão da parceira CNHTC (China National Heavy Duty Truck Group), um dos maiores fabricantes de caminhões da China e dono da marca Sinotruk, com a qual a Elecsonic firmou uma joint venture em abril deste ano para a construção da fábrica brasileira.

O empresário afirma que a companhia também pretende, com a entrada de mais dois sócios na operação, abrir o capital social para alavancar os negócios e investimentos no País.

Os modelos da linha A7 vão compor 80% do primeiro lote de 2 mil unidades de caminhões da marca que serão importados pela joint venture. Os outros 20% serão dos modelos Howo que já são vendidos aqui. A importação do volume de 2 mil unidades é a primeira fase da parceria, que deve ser concluída até o início da produção nacional dos caminhões Sinotruk, previsto para 2014.

Anderson informa que nos primeiros 16 meses de operação, a fábrica funcionará em regime de CKD. “O plano é de que no 36º mês de atividade a operação atinja 12 dos 14 itens previstos no novo regime automotivo, para que possamos atingir no médio prazo 65% de nacionalização”, disse. A conclusão da fábrica está prevista para janeiro de 2014 e em junho serão realizados os primeiros testes de montagem em CKD.

Ele diz ainda que a Sinotruk já conversa com grandes fornecedores presentes no Brasil, que produzem motores, eixos e caixas de câmbio. Entretanto, com relação aos motores, a Sinotruk deve esperar a decisão da matriz na China sobre sua intenção ou não de produzir no Brasil. “A intenção deles é de produzir aqui, mas vamos esperar. Se disserem que não vão fazer, então vamos fechar com um dos produtores que atuam na indústria nacional.”

Os caminhões que serão montados no Brasil atenderão apenas os mercados da América do Sul, onde a marca já atuava antes de vir para o mercado brasileiro: Bolívia, Chile (seu primeiro mercado na região), Colômbia, Equador, Peru, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

MAIS CAMINHÕES

Além da linha pesada, a Sinotruk quer investir em caminhões leves. A empresa anunciou durante o lançamento da linha A7 que dentro de um ano, em julho de 2013, estreará no segmento de até 3,5 toneladas de PBT no Brasil. Em novembro próximo a empresa receberá os caminhões da CNHTC para efetuar o processo de homologação, também com motores Euro 5.

“Caminhões leves são uma consequência, extensão natural da fábrica”, diz Anderson. Os modelos ainda não estão definidos.

A CNHTC não produzia leves, apenas caminhões pesados, até o fim de 2011, quando adquiriu duas fábricas na China especializadas em modelos menores.