Coluna do Borracha: ‘COBALT 1.8, o médio que ficou grande’

A GM do Brasil lançou a nova versão do sedã compacto com uma motorização maior, visando principalmente à economia e o desempenho do modelo que, apesar de seu pouco tempo de vida já é considerado um sucesso pela montadora. Os números falam por si só e surpreendem em número de vendas. Desde seu lançamento, em novembro de 2011, já foram comercializadas mais de 40.000 unidades do sedã. Em julho, o modelo registrou seu recorde mensal histórico de venda, com 6.412 unidades emplacadas. O motivo, segundo a montadora é claro, o carro caiu no gosto dos brasileiros.

Eu fui convidado para testar o novo COBALT, agora com motor 1.8 EconoFlex e opções de cambio manual de 5 marchas e automático de 6. São duas diferentes versões, LT e LTZ, ambas com uma extensa lista de itens de série e detalhes exclusivos no design e acabamento interno além da garantia de três anos sem limite de quilometragem, um atrativo principalmente entre os taxistas, onde a montadora registrou um alto índice de aceitação desse modelo.

O design do sedã de três volumes é um típico exemplo de carro médio, com sua largura de 1.735 mm e comprimento de 4.479 mm, o porta-malas com 563 litros que é, segundo a montadora, o maior do segmento. A versão 1.8 do COBALT tem alguns detalhes que a diferenciam do sedã equipado com o motor 1.4.

Na versão LT o carro utiliza calotas, o modelo 1.8 tem uma de desenho exclusivo. Além disso, na traseira, ela carrega um spoiler. Já a versão LTZ tem rodas de liga leve com design exclusivo e acabamento diamantado, o mesmo aerofólio traseiro e também faróis dianteiros com acabamento em dark chrome. As lanternas traseiras também são diferenciadas e tem as lentes transparentes, deixando os refletores cromados à mostra. O espaço interno, a versatilidade, o acabamento e o conforto encontrados no COBALT são seus grandes diferenciais. Ele tem o maior entre eixos da categoria, isso acarreta em um maior conforto interno. Ele tem espaço para cinco adultos confortavelmente acomodados. No interior o painel em dois tons, a iluminação Ice Blue com LEDs dos instrumentos que misturam mostradores digitais e analógicos possibilitam uma visualização perfeita das informações. O modelo apresenta também alguns outros itens de conforto, como entrada USB e fontes de energia no console central, que permitem a conectividade com diversos tipos de aparelhos e mídias. A versão 1.8 do COBALT traz itens exclusivos também no interior. O volante tem acabamento em couro na versão LT automática e em todas LTZ.

As versões equipadas com a transmissão automática contam com piloto automático com botões de acionamento no volante. Além do novo console central – desenhado para receber a alavanca de câmbio automático – o COBALT 1.8 tem luz interna individual no teto e acabamentos cromados no cluster de instrumentos.

A nossa primeira prova foi com o modelo automático com cambio de 6 velocidades. O teste, realizado no campo de provas da GM em Jaguariúna, cidade que fica a cerca de 100 km de São Paulo, mostrou um carro muito bom de dirigir. O circuito que mescla curvas de alta e baixa, bem como retas longas e curtas, mostrou um carro muito bem equilibrado e que respondia com precisão a todas as manobras a ele exigidas. O ruído interno é muito baixo, isso traz conforto e tranqüilidade ao motorista. O novo câmbio G6 é muito preciso e as trocas de marcha são quase que imperceptíveis, mesmo usando-se a alavanca para mudanças manuais, nota-se que a precisão é a mesma. A grande e agradável surpres a é a engenharia de powertrain no desenvolvimento do motor 1.8 EconoFlex. Ele utiliza diversas tecnologias como o coletor de admissão em plástico, com um novo ressonador, que garante menor ruído de aspiração e melhor distribuição do torque. Em uma aceleração mais uniforme o consumo de combustível é menor.

O EconoFlex apresenta uma evolução do sistema drive-by-wire, de última geração, que possibilita respostas mais rápidas ao acelerador e que trabalha integrado ao System Zero, uma tecnologia 100% desenvolvida pela GM, que gerencia o motor baseado em torque. O propulsor desenvolve 108 cavalos com etanol e 106 cavalos com gasolina a 5.400 rpm. O torque é de 17,1 kgf.m com etanol e 16,4 kgf.m com gasolina, sempre nas 3.200 rpm, sendo que 90% do torque está disponível entre 2.500 e 4.700 rpm.

Testei também a versão de 5 marchas. A transmissão manual F17 Geração 1.5 recebeu importantes melhorias para equipar o COBALT. A primeira delas são os novos seletores de engate, que conferem menor esforço e maior precisão nas trocas de marcha. Ela conta também com sincronizadores triplos que permitem trocas mais esportivas e sem “arranhar” as marchas. É um carro completamente diferente do seu irmão gêmeo automático. Nessa versão sentimos falta de uma marcha a mais no final, aquela que determina em uma viagem à velocidade cruzeiro, embora as respostas do modelo, como não poderia deixar de ser, são mais rápidas. Basicamente os dois carros apenas diferem na utilização do cambio manual e automático, a sensaç ;ão de conforto e boa dirigibilidade é a mesma nos dois modelos testados.

Como já é de praxe, os novos carros fabricados no Brasil contam com uma enorme quantidade de equipamentos já nos modelos de entrada. No caso do COBALT, a versão LT vem equipada com ar-condicionado, direção hidráulica, desembaçador traseiro, e travas elétricas. Tem também airbag duplo frontal, grade dianteira cromada, coluna de direção com regulagem de altura, freios ABS com EBD, vidros elétricos nas portas dianteiras, alarme antifurto, computador de bordo e luz de leitura para os passageiros do banco de trás. Já a LTZ, top de linha, além dos itens encontrados na LT, rodas de liga leve, farol de neblina dianteiro, maçanetas internas e comandos do ar-condicionado cromados, volante com revestimento em couro e controles de rádio e celular, bar ra cromada na traseira, rádio AM/FM com leitor para CD/MP3, Bluetooth e entrada USB, espelhos retrovisores com regulagem elétrica, acionamento elétrico para todos os vidros e sensor de estacionamento.

É uma grande aposta da Chevrolet incrementar um modelo colocado no mercado a menos de um ano, mas muito se deve ao seu enorme volume de vendas registrado nesses meses que antecederam essa evolução. O modelo traz para nós o orgulho de ser 100% brasileiro e ser montado na fábrica de São Caetano do Sul, a primeira da marca no Brasil.

Embora a novidade da versão 1.8 já esteja nas concessionárias, com preços que variam da versão de entrada (LT com câmbio manual) por R$ 43.690 a top de linha (LTZ com câmbio automático) R$ 49.990, ambas com redução do IPI, a Chevrolet informa que continuará oferecendo a versão 1.4. A proposta é que sejam fabricadas 50% de cada modelo, até porque os números esperados são de se comercializar cerca de 6.300 unidades/mês.