"Nós somos o trânsito" é o tema da Semana Nacional de Trânsito em 2018

Um dos impactos positivos da Lei Seca, em vigor no Brasil há 10 anos, é a
redução de 2,4% do número de mortes por acidentes de trânsito no país. Os
estados que registraram quedas mais significativas foram São Paulo (25,4%),
Espírito Santo (21,8%), Santa Catarina (19%), Distrito Federal (17,5%) e
Paraná (15,9%). Em contrapartida, houve aumento da mortalidade no Pará
(39,4%), Maranhão (39%), Piauí (37,2%), Bahia (36,8%) e Tocantins (26,5%).

Além de tornar a legislação mais rígida – como na alteração da Lei Seca em
2012, que aumentou a multa para condutores flagrados dirigindo
alcoolizados -, as campanhas educativas são mais uma alternativa no intuito
de conscientizar motoristas e demais usuários da via, e diminuir o número de
sinistros.

Assim, desde 1997, o período entre os dias 18 e 25 de setembro está
estabelecido como a Semana Nacional do Trânsito. A iniciativa é
caracterizada por uma série de eventos e ações educativas, promovidas por
órgãos e entidades que integram o Sistema Nacional de Trânsito. Todos os
anos o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) escolhe um tema como pano de
fundo para as ações da Semana, e o de 2018 é “Nós somos o trânsito”. A ideia
é envolver toda a sociedade na reflexão sobre uma nova forma de encarar a
mobilidade. Trata-se de um estímulo para que todos os condutores, ciclistas,
pedestres e passageiros optem por um trânsito mais seguro.

Na opinião de José Aurelio Ramalho, diretor-presidente do Observatório
Nacional de Segurança Viária (ONSV), os acidentes não acontecem por acaso e
são frutos de escolhas inadequadas e arriscadas por parte de condutores e
pedestres. Para ele, 90% dos sinistros têm motivação em falhas humanas como
imperícia, imprudência e desatenção. “Somos os responsáveis pelos nossos
atos no trânsito e ter consciência clara disso é um dos caminhos para a
reversão do triste cenário atual, não só do Brasil, mas de todo o mundo”,
avalia Ramalho.

Segundo o diretor-presidente do ONSV, aderir à Semana Nacional do Trânsito é
fazer parte de um movimento social em favor da vida. A iniciativa é uma
forma de alertar toda a sociedade sobre os números alarmantes de mortos e
feridos no trânsito brasileiro, a fim de diminuí-los. E é, especialmente,
trabalhar com um novo significado para os deslocamentos. “A expectativa é
que o número de vítimas do trânsito diminua através da conscientização. O
tema segurança no trânsito deve ser sempre abordado, nas mais diferentes
esferas da sociedade, para que cada um dos usuários do sistema viário possa
fazer a sua parte por um trânsito mais seguro. O comportamento do condutor
sempre influencia na forma como ele reagirá durante seus deslocamentos, por
isso, trabalhamos com a conscientização”, diz.

Conscientização, tecnologia e condutas adequadas por parte de todos podem
diminuir o número de vítimas no trânsito

Tecnologia contribui na soma esforços em prol da vida

A tecnologia é mais uma ferramenta utilizada para promover as mudanças tão
almejadas no trânsito. Luiz Gustavo Campos, diretor e especialista em
trânsito da Perkons, empresa que desenvolve e aplica tecnologia para a
segurança no trânsito, conta que os radares, como são, de modo geral,
conhecidos os equipamentos de fiscalização eletrônica de trânsito, acabam
por inibir o condutor a praticar altas velocidades, induzindo-o a respeitar
o limite imposto em cada via. “Além disso, muitos desses dispositivos
possuem outras funções, como registrar avanço de sinal vermelho, circulação
em faixa exclusiva e conversões proibidas; sempre com o objetivo de tornar
as vias mais humanas e seguras para todos”, explica.

Para Campos, os equipamentos de fiscalização somam esforços às campanhas e
ações educativas, sendo eficazes para tornar o trânsito menos violento.
“Cada indivíduo precisa refletir sobre seu comportamento e seus deveres
quanto usuário das ruas e vias, e também lutar por seus direitos, como
usufruir de estradas seguras e bem sinalizadas. O mote “Nós somos o
trânsito” mostra que todos têm papel determinante para minimizar as
ocorrências e, consequentemente, reduzir o número de vítimas no trânsito”,
acrescenta o especialista.