“Com certeza existem conexões”, diz Mourão sobre militar preso com drogas

O general e presidente em exercício, Hamilton Mourão, disse nesta quarta-feira acreditar que o militar brasileiro preso na Espanha após transportar 39 quilos de cocaína em avião da FAB não agiu sozinho. “Com certeza existem conexões nisso aí”, afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha. De acordo com ele, identificar outras pessoas envolvidas no esquema deve ser uma prioridade. Até o momento a identidade do sargento da Aeronáutica detido no aeroporto de Sevilha não foi divulgada. A droga foi encontrada dentro de sua bagagem de mão em 37 tijolos de pouco mais de um quilo cada. O militar integrava a comitiva da aeronave reserva de Jair Bolsonaro, que se dirige a Tóquio para o encontro do G20 —o presidente utiliza outro avião. O detido, entretanto, voltaria na mesma aeronave que o presidente, segundo Mourão, afirma O Globo.

“É óbvio que, pela quantidade de droga que ele estava levando, que não comprou na esquina e levou, né? Ele estava trabalhando como mula. Uma mula qualificada”, definiu o presidente em exercício. Mourão lembrou ainda que “as Forças Armadas não estão imunes a esse flagelo da droga. Isso não é a primeira vez que acontece, seja na Marinha, seja no Exército, seja na Força Aérea”. Para o presidente em exercício, o “dinheiro” explicaria a tentativa de traficar a cocaína. “Você sabe que o dinheiro é algo… o vil metal corrompe. A pessoa tem que ser muito forte mentalmente, muito ciosa dos seus valores e dos seus deveres para não ser corrompida”, afirmou. O general previu uma “punição bem pesada” para o sargento: “Agora a legislação vai cumprir o seu papel, e esse elemento vai ser julgado por tráfico internacional de drogas”.

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Segundo as autoridades espanholas, o sargento está preso sem direito a fiança, e será investigado por suposto crime contra a saúde pública. Chamou a atenção dos agentes que efetuaram a prisão o fato de que a droga não estava sequer “camuflada entre as roupas” dentro da bagagem de mão do militar.

Bolsonaro usou o Twitter para comentar o assunto, onde disse que a Defesa brasileira irá cooperar imediatamente com a Espanha para esclarecer o caso, e que “caso seja comprovado o envolvimento desse militar no crime, será julgado e condenado na forma da lei”.

Depois da prisão de integrante da comitiva em Sevilha, o avião que leva Bolsonaro ao Japão alterou a escala prevista, e pousou em Lisboa.

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