Bolsa volta a subir; dólar dá uma trégua nas altas e cai mais de 1%

O dólar opera em baixa nesta terça-feira (28), seguindo movimento internacional de maior apetite a risco. Como ontem, a Bolsa tem alta refletindo o humor do mercado com cenário internacional e a menor tensão na esfera da política nacional.

Por volta das 10h30, o principal índice da B3, o Ibovespa, operava em alta de 3,48%, aos 80.960 pontos. Já o dólar comercial era negociado a R$ 5,5758, caindo 1,55%.

Divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) apontou para uma leve deflação de 0,01% nos 15 primeiros dias de abril. Com cenário de inflação baixa – e até mesmo negativa-, o caminho fica praticamente livre para que o Comitê de Política Monetária (Copom) volte a cortar a taxa básica de juros Selic na próxima semana.

Embora possa aquecer a atividade econômica, a redução da taxa Selic, que já está na sua mínima histórica de 3,75% ao ano, tende a enfraquecer o real, uma vez que afasta investidores estrangeiros em busca de ganhos atrelados aos juros do país.

O investidor também digere a nomeação André Mendonça como ministro da Justiça e Segurança Pública, além da confirmação do delegado Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal, em substituição a Maurício Valeixo; Ramagem é próximo do clã Bolsonaro

Bolsas asiáticas

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta terça-feira, à medida que investidores monitoraram a forte queda do petróleo pelo segundo dia consecutivo, como resultado do impacto da pandemia de coronavírus na demanda pela commodity, e outros desdobramentos da covid-19.

Na China continental, o índice Xangai Composto recuou 0,19% hoje, a 2.810,02 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,32%, a 1.732,56 pontos.

No Japão, o Nikkei teve baixa marginal de 0,06% hoje, a 19.771,19 pontos, influenciado por ações dos setores químico e de confeitarias.

Em outras partes da Ásia, o tom foi positivo. O Hang Seng subiu 1,22% em Hong Kong, a 24.575,96 pontos, graças ao bom desempenho de papéis dos segmentos imobiliário e financeiro, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,59% em Seul, a 1.934,09 pontos, e o Taiex registrou ganho de 0,46% em Taiwan, a 10.616,06 pontos.

Queda do petróleo

Na madrugada desta terça, o petróleo deu prosseguimento ao violento tombo de ontem, diante da queda livre na demanda causada pela paralisação de setores econômicos durante a pandemia e dos elevados níveis de estoques da commodity nos EUA.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em forte queda na segunda-feira (27). O petróleo WTI para junho despencou 24,56%, a US$ 12,78, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o Brent para julho encerrou em baixa de 7,01%, a US$ 23,07, na Intercontinental Exchange (Ice).

O Wells Fargo, banco americano, resume o quadro difícil no setor: “Enquanto há uma explicação para a situação atual – não há capacidade de armazenamento suficiente para todo o petróleo – as implicações são igualmente sombrias: o mundo ainda está produzindo muito mais petróleo do que está usando.”

*Com Estadão Conteúdo