Telemetria salva vidas e amplia previsibilidade das empresas

* por Daniel Schnaider – 

De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a cada uma hora, cinco pessoas morrem em acidentes de trânsito no Brasil. E se existem fatores externos que contribuem para toda essa violência nas estradas, como as panes mecânicas ou as más condições na pista, o fator humano ainda é o protagonista. Segundo o Ministério da Infraestrutura, 53,7% dos acidentes são causados pela negligência ou imprudência dos motoristas, seja por desrespeito às leis de trânsito (30,3%) ou falta de atenção do condutor (20,4%).

Mas se ao menos houvesse uma maneira de minimizar o erro humano nos tantos motoristas que rodam nossas estradas diariamente? A boa notícia é que a tecnologia já encontrou uma solução para reduzir os acidentes e ela vem se popularizando cada vez mais entre as empresas que gerenciam frotas no país. Trata-se da telemetria, uma solução que integra um pequeno computador, conectividade com sensores do veículo e outros acessórios específicos para prevenir, monitorar e reduzir a severidade e os danos causados por acidentes.

As possibilidades são quase infinitas. Dependendo da tecnologia, os gestores de frotas podem obter desde um simples medidor de velocidade transmitido em tempo real, passando por sensores que monitoram o comportamento dos motoristas por uma inteligência artificial. Eles são capazes até de reconhecer um acidente meses antes que ele aconteça, incluindo a sua gravidade. Essas são informações preciosas que podem salvar muitas vidas.

Se pensarmos que a maior causa é a desatenção, por exemplo, a telemetria é capaz de detectar sinais de fadiga dos motoristas, controlar suas jornadas de trabalho ou até alertá-los sobre más condições climáticas que exigirão uma direção mais cautelosa. Essa ferramenta também permite à empresa contratante monitorar os indicadores e tirar das estradas os maus motoristas. Já quando um acidente de fato ocorre, a telemetria permite às empresas acionarem os serviços de emergência mais próximos, enviando rapidamente informações cruciais como localidade exata e gravidade da colisão. Isso dá mais tempo para os socorristas agirem e pode significar muitas vidas salvas.

As empresas também saem ganhando com essa tecnologia. Além do fator humano, as organizações podem se proteger de um enorme risco institucional. E digo isso com propriedade. Já estive à frente de uma gestora de logística em que um caminhão provocou um acidente em uma movimentada rodovia na região metropolitana de São Paulo. Quando um fato como este acontece, o mais lógico é mandar parar tudo e não respirar aliviado até se certificar que todas as pessoas envolvidas estão bem.

Mas mesmo depois de garantir o socorro às vítimas, o pesadelo está só começando. É necessário avaliar as condições da carga, pois ela pode ser valiosa e alvo de furtos, ou quem sabe conter produtos nocivos à saúde humana; retirar o veículo da pista o mais rápido possível para minimizar o impacto no trânsito; lidar com uma verdadeira gestão de crise de imagem, afinal, todos os sites, TVs e redes sociais divulgaram a sua logomarca envolvida no acidente. É preciso, ainda, garantir que os clientes não sejam prejudicados com aquele veículo a menos na operação e, por fim, temos que providenciar os reparos ao patrimônio público caso um poste ou muro caia, por exemplo.

A última coisa que as empresas querem é que um acidente aconteça. E todos nós, enquanto usuários das estradas também pistas mais seguras. E a tecnologia está disponível para ajudar. Quanto mais veículos monitorados tivermos, mais seguras as nossas estradas estarão. Caso contrário, é como não tomar uma vacina a uma doença conhecida. Por que correr riscos quando há uma solução simples e acessível? A esperança é, que em um futuro próximo, não divulgaremos mais dados tão alarmantes de vidas que se perdem, de famílias que são destruídas, nas estradas brasileiras. Afinal, a solução do problema já existe.

* Daniel Schnaider é CEO da Pointer do Brasil, especializada
em telemetria para redução de custos, prevenção de
acidentes e roubo de frotas corporativas

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