Gastos para conter corrosão do aço impactam 4% do PIB brasileiro

Alternativa econômica é a tecnologia de passivação eletrônica, que reduz em até dois terços os investimentos na proteção de estruturas metálicas contra a corrosão

Relatório da International Zinc Association (IZA), em parceria com a USP, aponta que no Brasil são gastos anualmente R$ 290 bilhões – o equivalente a 4% do PIB – para conter a deterioração do aço e promover a manutenção nas inúmeras atividades econômicas, como o comércio, o setor de atacado e varejista, shopping centers e espaços de armazenamento de estoques, equipamentos e bens, por exemplo.
No cenário internacional, até 5% do PIB dos países são consumidos pelo combate à corrosão do aço nas atividades econômicas – o equivalente a 30% da produção mundial de ferro e aço, revela estudo da empresa norte-americana CCTechnologies.
Gerente executivo do Instituto Brasileiro de Metais Não-Ferrosos, Ricardo Suplicy de Araújo Góes confirma que “em um país como o Brasil, com extensão litorânea de mais de 7 mil Km, o impacto é bastante significativo”. O País sofre abalo cerca de 150 vezes superior em sua região litorânea ou se comparado com países sem contato com o mar.
Tecnologias evitam a corrosão
Novas tecnologias têm sido desenvolvidas para a proteção de estruturas metálicas contra a corrosão. Entre elas, o processo de passivação eletrônica destaca-se pela eficiência e a boa relação custo/benefício. Empresa brasileira dedicada exclusivamente a esta atividade, a Passivar (www.passivar.com.br) utiliza um pequeno aparelho que emite sinais elétricos para proteger uma área de até 40 m² de aço (por equipamento), com o bloqueio, em definitivo, dos efeitos corrosivos.
Do tamanho de uma embalagem de telefone celular, o Anodo Passivar neutraliza eletronicamente a ação corrosiva e pode ser monitorado a distância. Independentemente da estrutura de aço a ser protegida, a economia com este processo chega a 65% em relação às demais tecnologias e processos tradicionais que requerem ainda o descarte de embalagens ou latas de diversos produtos – como tinta e poluentes que podem provocar vazamentos.
Ricardo Suplicy lembra ainda os municípios no País que ocupam as faixas de litoral. “Estes concentram 95% PIB, e mais de 70% da população brasileira vivem em cidades a até 200 km da praia”. Suplicy prega que todas as obras expostas deveriam ter sistemas de proteção mais eficientes e que “a tomada de preço das obras públicas deveria considerar não apenas o investimento inicial, mas também a durabilidade e o ganho de investimento ao longo do tempo”.