Mudanças climáticas devem afetar a indústria de alimentos e bebidas

A crise hídrica que o Brasil vem enfrentando pode colocar em risco diversos setores da economia, especialmente aqueles cuja água é o principal insumo necessário para a produção.  O setor primário da economia que é composto pela extração ou produção de matérias-primas, como é o caso do agronegócio acumula prejuízos em decorrência de fatores climáticos.

Um insumo muito importante para a indústria de bebidas é a cana-de-açúcar que teve um forte aumento no preço em razão das estiagens prolongadas que prejudicaram a safra.

A dependência energética em matrizes hidroelétricas também é um fator preocupante para o setor industrial. A participação do consumo de energia elétrica representa cerca de R$18 milhões para o setor de bebidas, esse preço pode aumentar em situações onde a oferta de energia é baixa.

A segurança hídrica depende da colaboração entre a esfera pública e privada. Medidas como a universalização do saneamento básico, reutilização da água, recuperação e conservação de mananciais e matas ciliares e investimentos em matrizes energéticas menos dependentes da água são alternativas que evitam a escassez hídrica.

Metas de desenvolvimento sustentável são outras medidas que podem ser adotadas no longo prazo, cooperação entre os setores primários e secundários da economia sobre o uso consciente da água são de extrema relevância.

Investimentos em pesquisa e desenvolvimento verde podem auxiliar a produção utilizando cada vez menos recursos hídricos, além de garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.

Importante saber:

Cem milhões de brasileiros não têm o esgoto de suas casas recolhidos e, do que é coletado, apenas metade passa por alguma espécie de tratamento. Esse número alarmante está num estudo do Instituto Trata Brasil feito a partir de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). O levantamento mostra ainda a discrepância regional. As cidades do Sul e do Sudeste estão entre as com melhor cobertura de saneamento, enquanto as piores estão no Norte e no Nordeste.

Créditos: AFREBRAS