Com mais de 30 prêmios, cineasta brasileira abre as portas do cinema internacional para o Brasil

“Temos esse perfil de achar que tudo que vem de fora é melhor, e isso é uma percepção falsa e construída que precisa mudar”, afirma a cineasta, que está prestes a lançar mais um documentário no streaming e montou uma equipe de brasileiros brilhante na cena internacional

“Farewelling”, “Katie’s Mom”, “Last Minute” entre outros projetos fizeram com que Fernanda Schein colecionasse mais de 30 prêmios nos principais festivais do mundo apenas no primeiro semestre de 2023. Em agosto, Fernanda ainda lança “Envenenados: O Perigo na Nossa Comida”, documentário que editou para a Netflix. Gaúcha de Rio Grande, a cineasta vem ganhando cada vez mais espaço no cinema internacional e traz junto um grupo de brasileiros de peso, provando cada vez mais que o preconceito com o cinema nacional está ultrapassado e fora de moda.

 

“A gente precisa vencer esse preconceito com nosso cinema nacional. Nossos profissionais são talentosíssimos e o Brasil perde muito talento para fora porque ainda sofremos com a falta de incentivo para produções nacionais, uma realidade que os streamings estão ajudando muito a mudar. Por isso, sempre que posso, trabalho com equipes brasileiras justamente para mostrar que estamos no mesmo nível.”

 

Apostando na autenticidade

Em tempos em que os remakes estão em alta, para a cineasta esse é exatamente o momento de outras culturas brilharem. “O mundo está com sede de novas histórias. Estamos vendo uma avalanche de remakes, que coisa mais chata! Os estúdios estão com medo de apostar em algo diferente”.

“Acredito que por causa desse ‘mais do mesmo’, quem ousar vai começar a se destacar. Estamos vendo e vamos começar a ver cada vez mais histórias não só do Brasil, mas de diversas outras culturas aparecendo e fazendo sucesso. É isso o que eu espero”, afirma, exaltando a cena independente nesse quesito.

Além disso, Fernanda diz que independente da nacionalidade, a indústria do audiovisual de modo geral é para os apaixonados. “Fazer cinema é difícil e flutuante. Instável e está sempre mudando, então mesmo em Los Angeles, tem mais oportunidades e também mais competição. Não é fácil em lugar nenhum”.

 

Brasil pelo mundo

 

Além de seu próprio sucesso, a cineasta se dedica a proporcionar oportunidades para profissionais brasileiros na indústria cinematográfica internacional. Com o filme “Katie’s Mom”, ela trabalhou com equipes tanto em Los Angeles quanto no Brasil, fortalecendo os laços com profissionais que a acompanharam desde o princípio da carreira.

“Essas são pessoas que me ajudaram muito e me ensinaram muito enquanto eu morava no Brasil. A sensação de poder retribuir não só para elas, mas para o meu país também, é muito gratificante”. Ainda segundo a profissional, não existia diferenças entre as equipes, provando mais uma vez que o preconceito está ultrapassado.

Já “Last Minute” foi escrito e dirigido pelo também brasileiro Joel Junior. Exibido em 9 festivais pelo mundo, foi indicado a prêmios internacionais, levando para casa 28 vitórias, sendo 3 prêmios de melhor edição para Fernanda em Hollywood, Milão e Florença.

 

Além do glamour

 

Participar de festivais e eventos internacionais de cinema pode parecer um sonho, mas para Fernanda, a experiência vai além do glamour. Apaixonada pelos bastidores da edição, a ansiedade toma conta na hora de pisar no tapete vermelho. “Quando o longa-metragem que eu montei e produzi, “Farewelling”, estreou no cinema de Los Angeles, eu mal conseguia respirar durante a exibição. Ansiosa com a reação das pessoas, com a qualidade da sala de projeção, se notaria algum detalhe que nunca notei antes”.

Para Schein, a satisfação pessoal e o processo criativo são aspectos mais importantes do que a noite de estreia em si. Ela ressalta que, na indústria do entretenimento, é fundamental ser orientado a processos, não a resultados e valorizar cada etapa do desenvolvimento cinematográfico.

Segundo semestre ainda melhor

Depois de um primeiro semestre frenético, a segunda etapa de 2023 começa ainda mais forte para Fernanda. Em agosto, a cineasta estreia “Envenenados: O Perigo na Nossa Comida” (Netflix), um documentário sobre a história, problemas e dificuldades da indústria alimentícia. Além disso, Schein também estará nos créditos de um projeto ainda secreto com a A24 Films.

 

Saiba mais sobre Fernanda Schein

 

Do interior do Rio Grande do Sul para Los Angeles, a cineasta e editora Fernanda Schein já atuou em diversos projetos importantes do cinema e da publicidade. Fez mestrado na New York Film Academy e partir daí, fez parte da produção de projetos como o filme “Forbidden Wish”, melhor longa pelo Santa Monica Film Festival disponível no Prime Video e produções independentes, como “The Boy in The Mirror”, vencedor do prêmio de melhor curta-metragem no California Women’s Film Festival.

 

Foi editora/montadora principal de projetos dirigidos por Rob Styles, como “A Social(Media) Construct” e “Sleeping Awake”. Agora está brilhando cada vez mais com o recém lançado “I See You” e como parte do dream team da Campfire, importante produtora em Los Angeles, responsável por “Neymar: O Caos Perfeito” .Já prestes a estrear, além de “Envenenados: O Perigo na Nossa Comida”, para a Netflix, também em 2023 terá o longa-metragem “Farewelling”, dirigido por Rodes Phire e o curta “Last Minute”, de Joel Junior.

 

Saiba mais sobre Fernanda Schein:

https://fernandaschein.com/

www.instagram.com/feschein

 

 

 


Aline Nobre – alinenobre@nobreassessoria.com
Lucas Pasin – lucas@nobreassessoria.com
Natálie Iggnacio – natalie@nobreassessoria.com