VW Gol ainda é um bom negócio

 

Versões seminovas do VW Gol têm fôlego e perdem menos preço que a média do mercado

Depois de mais de quatro décadas de bons serviços prestados, em que assumiu o protagonismo de automóvel mais importante da história da indústria automobilística brasileira, o VW Gol despediu-se das linhas de montagem e dos showrooms das concessionárias VW no final do ano passado.

À época, Mobiauto fez imediatamente uma pesquisa para apurar o impacto da descontinuação do modelo no mercado de seminovos e usados. Boa notícia para quem tinha o carro: na média, a pesquisa apurou as cotações de inúmeras versões do Gol, entre 2007 e 2022. Quando fizemos o recorte dos seminovos (entre 2019 e 2022), a depreciação era de 3,77%, contra 2,45% do restante do mercado. Nada mau.

Mas… e agora, cerca de 9 meses após a notícia da paralisação de produção, o que será que está acontecendo com esses mesmos modelos seminovos? A tendência é de queda mais acentuada, não? Pois não é isso que acontece com carros fora de linha?

Autotech do setor automotivo que mais cresceu no 1º semestre de 2023 (aumento de 89% no faturamento) e um dos três maiores marketplaces de carros usados do país, a Mobiauto fez essa pesquisa em sua base de dados com os Gol ano/modelos 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023, comparando as cotações de setembro de 2023 versus setembro de 2022. Para quem teve quase uma centena de versões ao longo de seus mais de 40 anos, esse “final de linha” foi bem mais conciso. O VW Gol perdurou nos anos derradeiros com somente três versões: 1.0 12V, 1.6 MSI e 1.6 16V AT, além da Last Edition.

Com quase 7 milhões de unidades vendidas no mercado nacional entre 1980 e 2022, ele ainda fazia certo sucesso nesses anos finais. Nada comparado à longeva liderança nas vendas (1987 a 2014), mas continuou figurando entre os 5 carros mais vendidos do país.

Consultor automotivo e CEO da Mobiauto, o economista Sant Clair de Castro Jr., responsável pela coordenação da pesquisa, comenta os resultados extraídos do último levantamento. “Modelos seminovos perderam 8,5% neste período de 12 meses. O Gol? Na média, ele depreciou 7,62%, o que o coloca bem próximo à média de todo o mercado. Mas quando você lembra que ele saiu de linha, ora, não há como desprezar o resultado. O modelo da VW ainda é um queridinho dos brasileiros”, opina.

Ao que parece, o Gol continua sendo, e o será por um bom tempo, um legítimo campeão de vendas – inclusive no meio dos seminovos. Nesse cenário, os mais velhos (’19 e ’20) perderam percentuais ainda menores: menos de 5%.

A única exceção ao que chamaríamos de “bom negócio” aparece curiosamente no ano/modelo 2022, quando, na média, perde 13,24%. Sant Clair explica. “Aqui é um fenômeno decorrente da alta de preços dos modelos zero km durante a pandemia. O zero km, justamente esse Gol 22, subiu muito de preço na época. E agora começa a ocorrer uma natural acomodação de valores, o que pressupõe uma desvalorização percentualmente mais acentuada”, diz.

Tanto que o 2023 já não padece desse mal. Ao contrário. A única versão ano/modelo 23, que é a 1.0 12V, perdeu somente 6,14%, embora haja outra explicação que auxilie no índice. “Você já parou pra olhar os preços dos chamados ‘Fusca Itamar’, principalmente o 96? No meio dos colecionadores, esses carros pegaram preços absurdos, até próximo a R$ 100 mil! Entendo que é a mesma coisa que acontecerá com o Gol 2023. O último valerá muito daqui a alguns anos, o que sugere, desde já, uma depreciação menor”, comenta.

Maior prova disso aparece no Gol Last Edition, série especial anunciada pela Volkswagen no final do ano passado para a despedida do modelo. Pois ele era vendido zero km por R$ 94.990. Hoje, tranquilamente, esses carros são anunciados na Mobiauto  na faixa de R$ 115 mil a R$ 120 mil.

Veja a lista completa de variação de preços dos Gol seminovos.

A MOBIAUTO – Em menos de quatro anos de operação, a empresa já se posiciona como um dos maiores marketplaces do mercado de automóveis do Brasil, tendo alcançado mais de 12 milhões de acessos mensais. Recentemente a empresa alterou sua composição acionária e passou a contar com o Banco PAN, alavancando um futuro breve repleto de produtos destinados ao crédito na compra de veículos.


Edu Pincigher
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