Petrobras e PDVSA ainda negociam sociedade em refino

Reuters

Petrobras já construiu sozinha metade do projeto, e refinaria está preparada para processar petróleo brasileiro do Campo de Marlim

O prazo da estatal venezuelana de petróleo PDVSA para acertar sua parte no empréstimo bancário que lhe garantirá participação acionária na Refinaria Abreu e Lima expirou, mas o processo de negociação com a Petrobras continua, informou nesta terça-feira o presidente da petroleira brasileira, José Sérgio Gabrielli.

O executivo afirmou que a Petrobras recebeu nesta terça-feira uma carta na qual a PDVSA apresenta justificativa por não ter apresentado garantias requeridas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O banco de fomento aprovou um financiamento de R$ 10 bilhões para as obras da refinaria em Pernambuco. O empréstimo foi assumido apenas pela Petrobras.

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"Nós informamos à PDVSA que não recebemos as garantias no prazo adequado. Soube que eles mandaram hoje (terça-feira) uma carta, mas não vi o conteúdo da carta. As garantias não foram apresentadas em 31 de janeiro", disse Gabrielli a jornalistas em evento no Rio.

"Estamos esperando a continuidade disso. Existem prazos e processos. Não importa (se o prazo foi vencido). O processo (de negociação) continua", acrescentou.

A Petrobras já construiu sozinha metade do projeto, e a refinaria está preparada para processar o petróleo brasileiro do Campo de Marlim, da Bacia de Campos, e não o óleo de Carabobo, na Venezuela, como previa o plano originalmente.

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A parceria entre as duas petrolíferas na refinaria foi celebrada em 2005, antes da descoberta do pré-sal. Na época, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez fecharam o acordo prevendo a utilização de petróleo venezuelano.