Michelin quer dobrar participação em veículos leves. Fabricante lança pneu para mercados emergentes com produção no Brasil

Com o objetivo de dobrar entre 5 e 10 anos sua participação no mercado de reposição em pneus para automóveis, que em 2011 alcançou fatia de 5%, para 1,7 milhão de unidades no Brasil e 3,4 milhões na América do Sul, a Michelin lança para a região seu primeiro produto desenvolvido especificamente para mercados emergentes, o pneu Energy XM2, que será produzido a partir de abril deste ano na unidade localizada em Itatiaia, RJ, que recebeu investimento de € 300 milhões para ampliação. O novo pneu consumiu parte do investimento de € 600 milhões aplicados pela empresa em 2011.

O produto faz parte da estratégia de crescimento das vendas globais em 25% entre 2011 e 2015, quando a companhia planeja investir em aumento da capacidade e novos produtos a partir de investimentos de € 2 bilhões no período. O aporte contemplará novas fábricas, com foco em mercados do Bric. Para o Brasil estima-se que serão destinados cerca de € 800 milhões.

Segundo o diretor comercial de pneus de passeio da Michelin para a América do Sul, Marco Moretta, a meta é fazer do Energy XM2 referência da marca para veículos leves, segmento que “ainda estamos começando a atuar”, avalia. A aposta na região baseia-se na perspectiva positiva para os mercados da região, principalmente o brasileiro. Pelos cálculos da fabricante, o mercado interno absorverá cerca de 3 milhões a mais de pneus por ano até 2016 e a taxa anual de crescimento para o segmento de leves deve ser em média de 5,6% no mesmo período.

Moretta revela que o Energy XM2, que já foi lançado na China, Tailândia e Austrália, será oferecido em 42 dimensões, cujas configurações deverão cobrir 96% da frota de carros de passeio da América do Sul, Central e Caribe. A produção brasileira focará nos aros 14, 15 e 16, os mais utilizados nos veículos que compõem os mercados da região. O executivo conta que a produção inicia suas operações com o aro 14” e que a introdução das demais dimensões será progressiva. A produção de pneus de aro 13 para abastecer os mercados locais será na fábrica da Colômbia.

“Em 3 ou 4 anos vamos introduzir dimensões de pneus para veículos mais sofisticados e SUVs.” A expectativa para o primeiro ano de produção é que 200 mil unidades do novo pneu saiam de Itatiaia e que em 5 anos a capacidade chegue a 5 milhões de unidades por ano.

Os primeiros Michelin Energy XM2 já estão nas 300 revendas da marca no País e demais pontos de vendas autorizados, todos importados do Canadá, Europa e Ásia. A intenção da fabricante é reduzir as importações conforme a fábrica ganha ritmo de produção para atender o mercado local. “Nossa estimativa é de que o novo pneu represente 50% do volume de vendas para o mercado de reposição já entre abril e dezembro deste ano na América do Sul e para o Brasil projetamos 70% deste índice no mesmo período.”

O preço sugerido para o Energy XM2 no mercado de reposição manterá o mesmo valor aplicado ao seu antecessor, o Energy XM1, que em São Paulo, para a dimensão 175/65 aro 14, custa R$ 230.

TECNOLOGIA EM SEGURANÇA

Para desenvolver o Energy XM2, a Michelin realizou pesquisa nas regiões em que dedicaria as vendas do produto, onde consumidores apontaram preocupação maior com o quesito segurança quando consideravam a compra de um pneu. Com base na pesquisa, a empresa utilizou de novas tecnologias, como a IronFlex, desenvolvida pela própria Michelin, que combina resistência e flexibilidade, proporcionando melhor absorção de impactos, reduzindo assim, possíveis danos ao pneu.

Outra novidade é o composto da banda de rodagem batizado de Micro Adaptive, que permite ao pneu melhor adaptação às irregularidades do solo. O resultado, garante a fabricante, é a maior aderência do pneu e melhor resposta ao sistema de frenagem. Segundo testes realizados pela consultoria global independente TÜV SÜD, com sede na Alemanha, o pneu Energy XM2 obteve os melhores resultados em avaliações de resistência, duração e resposta à frenagem. Segundo o instituto, o produto dura 20% mais que os produtos similares dos concorrentes; em testes de frenagem o pneu respondeu com diferença de até 4 metros de distância em piso molhado e apresentou menor resistência à rodagem, o que resultou em 2% de economia de combustível, e por consequência, menor nível de emissão.