Diz o ditado que prevenir é o melhor remédio. Ou ainda: melhor prevenir do que remediar. Na indústria automotiva, esta é uma verdade intrínseca, seja no projeto e na manufatura de um componente ou no veículo como um todo, ou ainda durante a vida útil do produto.
Prevenção é, assim, algo que deve ser praticado e ensinado todos os dias. Quem nunca foi alertado, quando criança, a olhar para os dois lados da rua antes de atravessá-la? Isso é uma forma de prevenção, para não ser atropelado.
Na comunidade de engenharia, a norte-americana AIAG (Automotive Industry Action Group) dispõe de um manual técnico, o CQI-20: Solução Eficaz de Problemas, que aborda as técnicas necessárias para aumentar a cultura, fortalecer o processo e habilidades e criar ferramentas de suporte para solução de problemas, visando melhoria na qualidade do produto, redução de custos e eliminação de desperdícios, por meio da prevenção aos eventuais problemas que podem ocorrer dentro da empresa.
Criada em 1982, nos Estados Unidos, por um grupo de profissionais das empresas Chrysler, Ford Motor Company e General Motors, a AIAG tem como objetivo contribuir propondo soluções para o desenvolvimento e prosperidade da indústria automotiva americana.
No Brasil, é o IQA – Instituto da Qualidade Automotiva, entidade sem fins lucrativos e organismo de certificação acreditado pelo Inmetro, criado e dirigido pela Anfavea, Sindipeças, Sindirepa e outras entidades do setor, que adapta e distribui os manuais traduzidos para o português por especialistas em engenharia automotiva.
Interessante notar que este manual pode ser aplicado à vida cotidiana de qualquer pessoa, pois fornece um modelo recomendado de solução eficaz de problemas e proporciona uma referência para identificar lacunas ou deficiências de processos existentes de solução de problemas.
Além disso, conta com objetivos específicos, como identificar as causas raiz do problema para corrigi-las e procurar eliminá-las em vez de cuidar dos sintomas óbvios. Muitos problemas ocorrem por falta de prevenção, e por isso a melhor forma de solucioná-los é combatendo a causa, e não os sintomas, mas para tanto é preciso investigar a fundo os motivos de cada um deles.
Alexandre Xavier é gerente de Novos Negócios do IQA