A garantia de mobilidade urbana e o direito à cidade para todos os seus habitantes é uma das mais urgentes necessidades brasileiras. Durante a 16ª Construsul, que acontece em Novo Hamburgo, o estande da International Consulting Team (ICT) se destaca porque não está no evento somente para fechar negócios, mas para instruir os visitantes sobre soluções inteligentes para este problema. A empresa fabrica sistemas de transporte de massa por cabos, realizando projetos na Europa, Ásia, América do Sul e África. Uma gôndola deste meio de locomoção destaca-se no cenário: trata-se da unidade nº 140, extraída diretamente do sistema instalado em 2011 no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, especialmente enviada para a feira que é realizada em Novo Hamburgo.
– Trata-se de um sistema inovador para o transporte de grande massa. O Brasil é cheio de oportunidades para este setor, pois os teleféricos tem a mesma capacidade de um sistema comum de locomoção, mas a um custo bem inferior. Comparando com BRT, VLT, metrôs e trens, temos uma relação de custo benefício muito boa, em alguns casos chegando a custar apenas 15% do valor de investimento de um meio de transporte tradicional – garante o diretor presidente da ICT Brasil, Paulo Medeiros.
É de fácil implantação, pois consiste na construção de torres, que possibilitam o transporte aéreo de passageiros. Isso evita custos de desapropriações, problemas com topografias sinuosas, e pode ser instalado aproveitando-se de espaços públicos comuns, como canteiros e rotatórias. O processo licenciamento para construir, é o mesmo de uma torre de celular, que se caracteriza pela simplicidade.
– É fácil de desenhar e colocar em prática. Esses sistemas são dimensionados sobre medida. Temos sistemas com linhas de seis mil pessoas por hora, chegando até 26 mil pessoas por hora, e podemos dimensionar para capacidades maiores. Este meio de transporte tem muita flexibilidade para se adequar conforme a necessidade da cidade – aponta Medeiros.
Florianópolis está prestes a conceber o maior projeto de mobilidade urbana do Brasil. O Governo Estadual de Santa Catarina pretende anunciar esta medida no dia 19 de agosto. A proposta visa responder ao grande problema de tráfego na Região Metropolitana, principalmente na entrada e saída da ilha durante os horários de pico. A infraestrutura viária da cidade não pôde acompanhar o crescimento do número de automóveis nas ruas e a zona do continente, com municípios como Estreito, Palhoça, São José e Coqueiros, exerce uma grande pressão urbana.
– É muita gente para entrar e sair de uma ilha. Logo há a ansiedade de criar alternativas. O teleférico surge como uma solução adequada, já que a geografia do território, com a constância de montanhas e vãos, não inviabiliza em nada a instalação deste meio de transporte – explica o diretor da ICT, César Barbosa.
A solução natural seria criar pontes, mas os custos são caros e as áreas adjacentes são enormes, logo o consumo e o tempo de execução que esta solução requer, acarreta em grandes impactos ambientais. Além disso, o processo de obras é moroso e normalmente quando é concluída, a alternativa já está deficitária, pois o ritmo de urbanização é mais elevado que o grau de resposta previsto quando o projeto foi concebido.
A 16ª Feira Internacional da Construção é realizada até o dia 3 de agosto, nos pavilhões da Fenac, em Novo Hamburgo. Informações adicionais podem ser obtidas pelo site www.feiraconstrusul.com.br.